afirmando uma rede viva de trocas e cuidado em Crítica à lógica do marketing da machosfera
reclama > Cartas políticas, denúncias, textos de confronto
OCUPA. ESTE SITE
Aqui, a gente se reúne pra somar debates vivos, notícias de diversas frentes, campanhas de informação e ação, coletivos que fazem do mundo um lugar ocupável.
Este é um espaço de arte e comunicação feminista, sobre a vida que queremos - e sobre as ações que já existem, plantadas por mãos coletivas, com coragem, amor e organização.
💥 Qual é a economia que queremos?
💥 Como ocupamos a internet sem sermos moídas por ela?
💥 Como cuidamos da mente, do corpo, da terra e das outras?
Acreditamos na construção de um espaço de estudo crítico, inclusive sobre as redes sociais e suas armadilhas: a linguagem misógina, os algoritmos do ódio, os lucros em cima da nossa dor.
Foco em fortalecermos e construir ferramentas de visibilidade para empreendedoras e coletivas
que constroem outro jeito de circular grana, cuidado, afeto e sustento. Mulheres que fazem comida, fazem arte, fazem mundo.
Mulheres que não estão esperando permissão.
Este é um território dedicado a militantes, artistas e empreendedoras. Aqui se visibiliza história, se compartilha economia feminista,
se cria zine na tela, se espalha poesia, se organiza agenda.
JUNTE-SE À LUTA. JUNTE-SE À OCUPAÇÃO.
🔧 Em desenvolvimento por Rita Poesia
🖍️ Estética e coração: arte de rua, colagem, memória viva
Conheça a História da ocupação feminista, reflexões sobre 'ocupar' e Por que agora no digital
Como surgiu a ocupa?
A Ocupação Feminista nasceu em São Leopoldo, RS, em 2018, como um espaço político de convergência para mulheres que já atuavam em diversas áreas da sociedade. Militantes de várias causas, artistas, mães, educadoras, profissionais da saúde e do cuidado, atuantes na assistência social, no direito das mulheres, ativistas, comunicadoras, e muitas outras que, compreendendo a perspectiva feminista como base para mudar a realidade, encontraram um ponto de encontro.
A primeira reunião formal do coletivo, em 14 de fevereiro de 2019, reuniu Elis, Maninha, Maíra, Carol, Clarissa, Rita, Denise, Hellen, Mariana e Alexandra – mulheres que trazem consigo a experiência da luta em diferentes frentes dos diversos espaços em que atuam. A casa da "Ocupação Feminista" foi um ponto de encontro e ampliação dessas atuações, reconhecendo a força de suas ações individuais e a potência desse fazer coletivo. Acreditamos que "ocupar" significava expandir a influência feminista para todos os espaços, desde as ruas e instituições até as práticas cotidianas e o universo simbólico.
A riqueza do coletivo sempre residiu na diversidade de suas integrantes, desde antes e seguindo com a chegada de novas companheiras. Mulheres de diferentes gerações, artistas, trabalhadoras, muitas com crianças e com trajetórias profissionais multifacetadas – encontraram na construção da Ocupação espaço de ação feminista.
Nossas reuniões semanais se tornaram um espaço de escuta atenta, apoio mútuo e construção coletiva de estratégias. A chegada de novas companheiras, atuantes em ainda mais áreas – destaque à perspectiva da economia solidária que fortaleceu nossa capacidade de compreender e incidir na realidade – só nos impulsionou. Juntas, realizamos diversas atividades que refletiram essa pluralidade de saberes e fazeres: aulas de yoga, participação no grupo de consumo consciente por uma economia mais justa, brechós que circulavam histórias e recursos, ateliês que davam novos caminhos para conectar a criatividade, cinedebates, lives pela vida das mulheres, oficinas práticas de diversas naturezas, participação em feiras e festivais da cidade e região, e inúmeros outros eventos que levaram o debate feminista para a comunidade.
Diante dos desafios impostos pela pandemia e, mais recentemente, pela devastadora enchente de maio de 2024, nossa rede de mulheres ativistas manteve ações, intensificando a solidariedade em momentos de crise. A Ocupação Feminista é a idéia radical de que juntas, potencializamos a capacidade de construir um mundo mais justo, igualitário e feminista em todos os espaços, inclusive no digital, agora com o site como ferramenta de organização ampliado e aberto acolhendo novas integrantes para somar forças nessa caminhada
Ocupação Feminista: Mulheres na linha de frente - Feministas sempre estiveram na luta por justiça climática, justiça social e pela existência de um futuro possível, enfrentando o capitalismo que destrói o planeta e suas condições de vida.






















O que é ocupar?
No dicionário, "ocupar" significa tomar posse de algo, preencher um espaço ou tempo com alguma atividade. Quando criamos um registro profissional, por exemplo, somos solicitadas a indicar nossa "ocupação" principal e, por vezes, uma secundária, refletindo as atividades remuneradas que realizamos. Contudo, a força dos movimentos sociais trouxe uma nova dimensão para essa palavra, especialmente no que tange à "ocupação" de imóveis vazios, amparada pela legislação como uma forma de exercer o direito fundamental à moradia.
Em São Leopoldo e, certamente, em muitos outros lugares do Brasil e do mundo, o movimento de mulheres materializou um novo significado para o termo "ocupação". Militantes feministas perceberam um desafio crucial na forma como nossa sociedade enxerga e reconhece o trabalho invisível, não pago e essencial de cuidado, dedicado majoritariamente por mulheres às suas famílias e à sociedade em geral. Ao se depararem com questionários em serviços de referência para mulheres em situação de violência ou em busca de informações sobre seus direitos à educação e saúde, muitas se viam em um dilema ao responder à pergunta sobre sua "profissão". Como traduzir em uma única palavra a complexidade do trabalho de alimentar, limpar, cuidar da saúde, educar e sustentar emocionalmente seus núcleos familiares? Responder "desempregada" ou "do lar" não capturava a realidade do tempo e da energia despendidos, invisibilizando uma parcela imensa da força de trabalho que sustenta a vida cotidiana.
Assim, a "ocupação", sob a lente feminista, expande seu significado para abarcar tudo aquilo que realizamos, com uma ênfase no trabalho de cuidado e na militância por direitos. No contexto do nosso coletivo em São Leopoldo, que ganhou corpo por volta de 2018, a "Ocupação Feminista" nomeia um espaço de encontro, debate e ação de diversas mulheres feministas que atuam na cidade e região. É a ocupação de espaços físicos e simbólicos - incluindo o ambiente digital e a internet, onde violências se manifestam e demandam nossa ação - a ocupação do debate público, a ocupação do tempo dedicado ao cuidado mútuo e à construção de outras formas de viver em sociedade, pautadas por valores feministas. Em essência, "ocupar" é reivindicar a centralidade do trabalho das mulheres na organização social e lutar por seu reconhecimento pleno e sua justa valorização.
Por que ocupaçãofeminista.com.br agora?
Com a crescente preocupação de como as políticas das grandes plataformas digitais, focadas na monetização do nosso tempo e informações, muitas vezes negligenciam ou até mesmo lucram com práticas que perpetuam a misoginia e a violência de gênero. O ambiente virtual, que deveria ser um espaço de conexão e aprendizado, frequentemente se torna palco para a disseminação de discursos de ódio e para a invisibilidade das experiências e lutas das mulheres.
Além disso, vivemos um tempo de urgências interconectadas. A crise climática se manifesta com cada vez mais impactos na nossa realidade– como a recente enchente que atingiu nossa comunidade –, afeta de maneira desproporcional mulheres e crianças, expondo-as a maiores vulnerabilidades. Essa emergência ambiental escancara a necessidade de pautas de justiça social e de economias centradas na vida, que priorizem o bem-estar coletivo e a sustentabilidade em detrimento da lógica incessante do lucro.
Neste contexto, Ocupação Feminista como ação para espaço digital, permitindo monitorar e analisar as dinâmicas da violência online através da seção "Observatório". Também, pensar coletivamente as ferramentas de educação digital para a sociedade, capacitando identificar, denunciar e desconstruir narrativas opressoras e ameaças no ambiente virtual.
Podendo servir como ferramenta para construir redes, divulgar iniciativas e práticas, outras formas de organização do trabalho que valorizem a vida e a dignidade de todas as trabalhadoras, a partir da nossa perspectiva local e em diálogo com outras experiências transformadoras. Pela urgência de construir, coletivamente, outros modos de fazer e de viver feministas: pela justiça social e pela possibilidade de futuro.
